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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

2011: UM GAÚCHO, UM MINEIRO E UM PERNAMBUCANO EM SP CAPITAL MUNDIAL

Um chef da nouvelle cousine, ou o confeiteiro da  padaria Camões, arrumaria sua iguaria harmonizando aromas, essências, cores, texturas exóticas e imprevisíveis a fim de agradar seus clientes impecavelmente. São artistas de obras perecíveis. Partindo do sonho, não onírico, e do patê de foie gras diet, pensamos em tecer breves notas de cada protagonista de nossa recente história política, pois agora formou-se, enfim a tríade de presidentes notáveis.

Ao primeiro, GV (Getúlio), reputaria diversas conquistas trabalhistas: direitos previstos na CLT, Ministério do Trabalho, etç. Popularidade e carisma com as massas foi seu norte. Por outro não tivemos a “burra unanimidade” rodrigueana e sim muitas resistências e rejeições. Uma dicotomia presente no jargão “ame-o ou deixe-o”. Um ídolo nacionalista, emblemático. Como o slogan do petróleo “ele é nosso”. A sua era foi da democracia à ditadura.  A síntese de seu tempo. Entretanto, o “pai dos pobres” ficou embriagado pelo poder e sucumbiu com um estampido deixando a conhecida carta e o povo órfão.

JK, o desenvolvimentista, o bossa nova seguiu rumo ao Centro-Oeste.  Visionário, sonhou nossa capital federal e a executou com o auxílio de Nyemeier e Flávio Costa.  De mandato garantido, graças ao seus méritos e o apoio do Marechal Lott. Um novo mandato, porém não impediu sua cassação como parlamentar. Trouxe o capital estrangeiro, a economia de mercado, a elegância, fomentou a indústria, o consumo e a inflação.

Num ambiente propício, peço vênia ao leitor para inserir o professor matogrosense JQ (Jânio).  No governo habilmente soube surfar nas ondas contínuas dos investimentos aportados para São Paulo. Assim, ao menos em parte, explica-se a pujança e soberania econômica bandeirante. Esta hegemonia o alçou ao mais alto posto do executivo, onde durou apenas alguns meses. Renunciou deixando outra carta. Teria nova chance ao ocupar a segunda maior economia: a capital paulista. Desta vez além de cumprir todo o mandato provocou as “forças ocultas” explicando-se em Brasília, logo após conceber a Guarda Civil. Esta é referência, o embrião; precursora em nosso país do policiamento comunitário. Modelo para as demais instituições, nos moldes da polícia de Londres, notadamente preventiva inspirada na extinta Guarda Civil Estadual.
     
Lula, “o sapo barbudo”, o ignorante, analfabeto, a “anedota” ...  Passado, o nordestino surpreendeu tornando-se o presidente com o maior índice de aprovação... Sucedeu o Dr. FHC da Sorbonne e ambos usufruíram do mesmo período disponível: dois mandatos, ou seja, oito anos. Soube articular, negociar, falar, sem dominar o idioma mundial vigente, com autoridades de todos os cantos e ideologias. Ele próprio cita Nélson Rodrigues e nosso “complexo de viralatas”. Devemos lembrar que nenhum dos notáveis mencionados no título vieram dos 11 presidentes forjados no célebre Largo São Francisco, onde o ilustre Jânio estudo e lecionou.

Paradigmas e dogmas foram revistos: inclusão, segurança alimentar, geração de empregos, G-20, mobilidade social. E elegeu a sua sucessora. Em minha casa brinco que minha filha mais nova é a princesa Isabel, a redentora da escravidão, aquela que coroou a padroeira do Brasil e presenteou o manto azul, por graça alcançada. A mais velha chamo Dilma, desde a escolha feita pelo chefe do governo. A primeira presidenta eleita democraticamente começou muito bem ao escolher seus ministros que por sua vez escolheram seus secretários. Os municipais podem projetar perspectivas positivas. Pois, afinal em sua trajetória política sempre buscou a liberdade e isonomia. Contudo, sabemos que a alternância no poder é salutar e não deve representar turbulências e retrocessos.
   
Enfim, somos nós coadjuvantes ou protagonistas? Dos chefes da cozinha francesa, filhos de Raimundo, ou da padaria, filhos de Manoel, pouco importa quem irá conduzir se soubermos escolher, fiscalizar e exercer a cidadania participativa plena. Certas ocasiões esmorecemos, diante do compadrio, do apadrinhamento, do protecionismo que não deveria ser a regra e sim o conhecimento, a eficiência e dedicação. Temos de um lado eventos históricos relevantes e do outro um homem. Alguém falou sabiamente em grão de areia em uma praia. Façamos a diferença neste ano que se inicia.
  
Pessoas iminentes ou comuns são conduzidas e confiam o melhor de si aos seus chefes e governantes. Capazes são aqueles que colocam uma nação nos trilhos, sem descarilhar mesmo em guerras e crises. Sun Tzu já dizia que o estrategista habilidoso esta apto a subjugar o inimigo sem luta. Por vezes as melhores soluções residem nas soluções mais simples e econômicas. Mesmo assim optamos por caminhos tortuosos e cheio de espinhos. Nesta metamorfose vemos em países que optaram pela militarização como o México, um retrocesso. Enquanto, em Portugal admitiram que duas corporações realizando o mesmo papel seria um contracenso dividindo esforços e recursos. Optou-se pelo óbvio: deixar cada qual no seu quadrado. Um exemplo que também deveria ser reproduzido em nosso executivo municipal. E não apenas ver a isonomia como perfumaria.

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