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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

VENDEDOR DE SONHOS

Há fatos que por serem misteriosos tornam-se fascinantes, assim é o cérebro humano. Nosso encéfalo comporta e processa muitas informações, sua estrutura, seus neurônios e escaninhos são os precursores dos modernos hardwares e softwares da informática.

Assim ainda temos um vasto campo neurológico a ser desvendado. Em nossas memórias residem experiências, emoções e acontecimentos depositados como um arquivo. São músicas, paixões, idéias, opiniões, e sonhos.

É inegável a sensação de que muitas das convicções e valores foram construídos na juventude. E com este espírito, de idealismo, certo ar de descompromisso, mas muitas rebeldia, podemos discorrer ao ilustre paulistano o porquê de termos a pretensão de compararmos alguns governos e sua política voltada à segurança urbana.

De imediato, desde a criação das jovens corporações municipais, há uma enorme demanda por serviços que muitas vezes apesar de extrapolar suas atribuições constitucionais são satisfatoriamente atendidos, desde que se tenha recurso humano motivado. E a incidência deste atendimento ocorrer e mais comum do que se imagina.

A despeito de existirem políticas voltadas à segurança local difundidas com muito alarde, porém o que temos é a pouca efetividade. Bem como a aprovação no âmbito legislativo de normas que não só atrofiam o crescimento da corporação, elevada recentemente ao status de essencial, mas que na prática sofre apenas o repúdio das autoridades.

A lembrança é muito importante, sobretudo em quem votamos, ou seja aquele que escolhemos para nos representar, o(s) mandatário(s), o nosso eleito, estribado em propostas e compromissos assumidos junto a sua base eleitoral. O pressuposto e que a base deva ser honrada, atendida, incentivada e ampliada. Não somente em quantidade, mas também na qualidade de seus eleitores, que apontaram as demandas a serem solucionadas.

No momento do sufrágio houve a opção por um nome de menor rejeição, oriundo de nosso meio, um guarda. O critério adotado foi simples e prosperou . No entanto apesar de ser o mais votado entre os candidatos do quadro, não atingiu o coeficiente eleitoral, e em suma não foi eleito.

Muito se disse nos pleitos e gestões anteriores, como o nosso infortúnio e mesmo a proximidade da extinção. Não creio que esta hipótese ou teoria vingue, pois ainda dispomos de muita lenha, e resistimos bravamente. Nosso mister sempre possuiu características intrínsecas, essenciais. Trata-se do caráter pro societa, ou seja, a proximidade com a comunidade. Por vezes alvo de tentativas de distorções. Cabe mencionar não só o lema: aliada, protetora e amiga.

O que vemos inclusive em esquadrões especiais, como a Guarda Ambiental, é o espírito de mediação e pacificação. Reputo que as Guardas Civis se não forem as instituições mais antigas, porém devam ser aquelas que melhor retratam o ideal de cidadania.

E em alguns momentos achamos estar perto do fim. Entretanto, o que houve foram pequenos avanços. Quando não eram tímidas melhorias salariais foram recursos técnicos. Ambos ao mesmo tempo era ser muito utópico.

Sabemos que o mandatário não é um ser onisciente quanto as necessidades e prioridades do munícipe. O gargalo foi localizado, pois a política de segurança local não é prioritária.

Trata-se de uma competência que vem sendo interpretada como exclusiva. A destarte, a Constituição Cidadã não trata dessa forma permitindo uma exegese ampliativa, frisando-se como uma responsabilidade de todos e “um dever do Estado”, certamente entendido lato sensu.

Nas próximas eleições será conveniente ponderarmos sobre nossos objetivos, a difundida valorização profissional, e evitarmos o voto em candidatos aventureiros que brincam não somente com sonhos, mas com vidas. Lembrem-se a cada ano são poucos os políticos que se reelegem, não podemos ficar à mercê de oportunistas que aviltam nossa dignidade.

Publicado no Blog "Os Municipais" em 23 de abril 2010.